sábado, 25 de fevereiro de 2012

Disciplina para o estudo, mesmo na era da Internet...

Vivemos em uma época em que o acesso a informações não pode ser considerado propriamente um problema. Claro, sabemos que o acesso à Internet ainda precisa ser mais democrático, mas este não é um problema da tecnologia, e sim da forma como as sociedades estão organizadas. O estudante de classe média tem acesso a um mundo de informações que jamais poderia ser imaginado a 15 ou 10 anos atrás.

No entanto, o que percebo nas classes de cursos universitários que ministro, é que a grande maioria dos alunos faz um uso inadequado, ou talvez faça um uso muito aquém do que poderia ser, destas facilidades ao acesso a informações. Me parece que os estudantes ainda precisam aprender a estudar. E estudar é algo que exige tempo, disciplina, e claro, motivação. Em uma sociedade acelerada, em que tudo precisa ser feito rapidamente, em que mudanças ocorrem a todo hora, parece que arrumar tempo para estudar é algo muito difícil, ou até mesmo enfadonho.

Embora tenhamos hoje, acesso a grande quantidade de informações e conhecimento organizado, de forma facilitada e rápida, o tempo necessário para deglutir e amadurecer conceitos e teorias, sobre o tema que for, certamente não é curto como gostariam que fossem nossos acelerados estudantes. Em outras palavras, o acesso ao conhecimento pode ser muito rápido, mas o a interiorização e transformação pessoal do conhecimento é lenta. Dito isto, abre-se caminho para a questão da disciplina para o estudo.

Percebo que os estudantes, em boa parte (mas certamente encontramos exceções), estudam pouco e de forma superficial. Eu acredito que falta disciplina para o estudo. Uma calma necessária para confortavelmente se acomodar em sua cadeira e dedicar-se ao estudo prazeroso. O prazer em estudar, lapidar a capacidade para a reflexão, avançar e retroceder em caminhos que levam ao conhecimento lento e gradual sobre um determinado assunto, é algo que se adquire com o tempo. Ou melhor, com trabalho ao longo do tempo.

O que estou tentando defender neste texto, é uma desaceleração dos comportamentos, a busca de uma serenidade interior, que pode estabelecer solo fértil para o estudo disciplinado. Nossa sociedade carece de tal desaceleração, nossos estudantes podem ser agentes de tal processo, e é principalmente neles que deposito minhas esperanças. Como conseguir isto? Caros estudantes... o passo decisivo é permitir que a serenidade se instale em seu espírito, a disciplina virá com naturalidade. 

Prof. Dr. Luiz Eduardo G. Martins

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