sábado, 25 de fevereiro de 2012

PROFESSOR

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original...
Ser professor é encontrar pelo corredor com cada aluno, olhar para ele sorrindo, e se possível, chamando-o pelo nome para que ele se sinta especial...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é envolver-se com seus alunos nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranqüilo demais, dando-lhe atenção necessária.
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.
Ser professor é equilibrar-se entre três turnos de trabalho e tentar manter o humor e a competência para que o último turno não fique prejudicado...
Ser professor é ser um "administrador da curiosidade" de seus alunos, é ser parceiro, é ser igual na hora de ser igual, e ser um líder na hora de ser líder, é saber achar graça das menores coisas e entender que ensinar e aprender são movimentos de uma mesma canção: a canção da vida...
Ser professor é acompanhar as lutas do seu tempo pelo salário mais digno, por melhores condições de trabalho, por melhores ambientes físicos, sem misturar e confundir jamais essas lutas com o respeito e com o fazer junto ao aluno. Perder a excelência e o orgulho, jamais!
Ser professor é saber estar disponível aos colegas e ter um espírito de cooperação e de equipe na troca enriquecedora de saberes e sentimentos, sem perder a própria identidade.
Ser professor é ser um escolhido que vai fazer "levedar a massa" para que esta cresça e se avolume em direção a um mundo mais fraterno e mais justo.
Ser professor é ser companheiro do aluno, "comer do mesmo pão", onde o que vale é saciar a fome de ambos, numa dimensão de partilha..
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...
Darwin Ianuskiewtz
E como deveria ser o professor quando o assunto se referir a ensinar, difundir, massificar, formar profissionais dentro da Ciência da Contabilidade? Certamente, com a mesma capacidade; habilidades e competências não menos diferente daquele professor na conceituação de Darwin Ianuskiewtz.
Neste particular, o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, por meio dos grupos de estudos e também através da comissão composta por Coordenadores dos Cursos de Ciências Contábeis das IES situadas em Curitiba e região metropolitana, têm carreados esforços no sentido de que os Contabilistas paranaenses sejam referências no cenário nacional. Muito já foi feito; porém, há muito ainda por se fazer conjuntamente.
Este portal objetiva disponibilizar um espaço aonde os professores e outros profissionais da Contabilidade possam externar as manifestações ou contribuições sobre o processo do ensino aprendizagem no campo acadêmico, especialmente acerca da ciência sob exame, porquanto o CRC Paraná entende que constitui sua premissa básica, o fortalecimento da classe contábil paranaense, a começar pela formação do perfil, do caráter, construção dos valores éticos e morais intrínsecos e inerentes a qualificação dos seus profissionais.
Portanto, doravante, pretendemos incentivar, difundir, massificar, orientar professores e IES que trabalham conteúdos ou disciplinas da Ciência Contábil, a fim de que tenhamos em curto prazo, egressos, portanto, novos profissionais com melhor qualificação, com submissão aos princípios, compromissados com valores éticos e morais próprios do cenário, tendo em vista a globalização da economia.
É importante conhecer, estudar, ensinar Contabilidade. Também não menos importante é escrever sobre Contabilidade, principalmente quando por presunção se conclui que os leitores são profissionais éticos; que observam princípios e normas, que praticam com transparência e qualidade os serviços contratados, porquanto, nestes casos, a leitura é nivelada aos padrões presumidos pelo autor.
E, quanto mais se explora a essência e os fundamentos da Contabilidade; quanto mais se estuda sua história e evolução, mais é convincente a importância dos arqueólogos, profissionais que se preocupam em levantar ou provar a origem deste ou daquele fato, fenômeno, ocorrência, profissão, como, aliás, é o caso sob exame. Certamente, um retrospecto na arqueologia possibilita concluir o quanto é antigo a profissão de Contador; o processo da escrita, o controle e a gestão empresarial por meio da contabilidade.
Sem receio sobre equívocos, pode-se concluir que tanto o histórico quanto a evolução da Contabilidade, a exemplo de outras ciências, passaram por etapas de aprimoramento até atingir o ano de 1494. Surgiram então as primeiras normas sobre a escrituração. Muito provavelmente, preocupado com a desordem e o descontrole nas finanças ou nas informações eclesiásticas, Frei Lucca Pacciolo apresentou e propôs o emprego do Método das Partidas Dobradas, que consiste em uma regra básica: “a cada débito corresponde a um crédito ou vice-versa”.
Assim, em 1494, talvez, tentando controlar, organizar, orientar e padronizar os processos administrativos, Frei Lucca Pacciolo, com autoridade, escreveu a sua “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita e o Tratactus 11º”, que cuida da parte relativa à contabilidade, tornando-se, dessa forma, o propulsor do “Método das Partidas Dobradas”. Em 1840, formou-se uma corrente com os maiores discípulos daquela metodologia, no sentido de se elevar a contabilidade como ciência. Resultou do movimento o surgimento de novas escolas e doutrinas, entre elas, a doutrina contista, controlista, aziendalista, personalística e patrimonialista, todas assimiladas na formação profissional.
Desde então a Ciência da Contabilidade tem sido entendida e difundida nos meios acadêmicos ou pelos estudiosos, como processo, ferramenta, instrumento de gestão empresarial; muito embora nem sempre seja praticada com submissão àquelas finalidades. E os desmandos afloram no cotidiano de forma assustadora.
Nesta linha conclusiva, comporta destacar que reside exatamente aqui o grande questionamento e que requer uma reflexão conjunta:
Será que os professores de Contabilidade, em cumprimento aos projetos pedagógicos, atrelados aos princípios e objetivos das IES, conseguem transmitir os ensinamentos que norteiam a ciência?
Nossos acadêmicos de Contabilidade conseguem, pelo menos em tese, deixar os cursos graduação compromissados com os valores éticos e morais da profissão?
As Instituições de Ensino Superior, que oferecem referida graduação, por meio de seus projetos pedagógicos, assim como os professores que trabalham em salas as diferentes áreas da Contabilidade, à vista da realidade, conseguem formar profissionais com melhor qualificação frente à globalização da economia?
No caso do Estado do Paraná, máxime quanto ao ensino da Contabilidade, estamos na mão ou contramão do preceito basilar, acerca do convencimento de que sempre deve prevalecer o instituto da essência sob a forma?
Qual a orientação do Conselho Nacional de Educação no que se refere às diretrizes para os cursos de graduação? Se a cada ano, admitidas exceções, estamos encaminhando ao mercado profissional menos preparado, ou então com menor qualificação que o requisitado pela globalização, onde estaríamos errando quanto aos ensinamentos da Ciência?
Não se pode afastar a conclusão de que a Contabilidade é uma ciência com fundamental importância na vida econômica das nações, das empresas e pessoas naturais. Mesmo nas economias pouco desenvolvidas ou então nas empresas de médio ou pequeno porte, é necessário manter o controle de gastos, despesas, receitas, ativos, dívidas, posicionamento sobre fatos e tendências mercadológicas. É papel da Contabilidade, realizar esses controles, evidenciar os novos cenários em construção, os desvios em relação aos objetivos pretendidos pelos gestores empresariais.
Todavia, é importante frisar que, antes dos resultados decorrentes dos registros mercantis aparece o profissional da Contabilidade; que, por sua vez, é o produto resultante das atividades acadêmicas, cujo perfil, formação e capacidade estão diretamente vinculados aos critérios das IES, projeto pedagógico e aplicação dos respectivos professores, segundo as qualificações de Darwin Ianuskiewtz.
O CRC Paraná pretende, através dos instrumentos já viabilizados, em parcimônia com as IES e os professores que trabalham nas diferentes áreas ou ramos da Contabilidade, fazer com que os egressos possam receber os ensinamentos, competências e habilidades estabelecidas pelo MEC.
Art. 3º - O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para que o futuro Contador seja capacitado a:
1. Compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização;
2. Apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações tecnológicas;
3. Revelar capacidade crítico analítica de avaliação quanto às implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
Por outro lado, o art. 4º norma educacional, prescreve com absoluta clareza que “o curso de graduação em Ciências Contábeis deve possibilitar formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades”:
1. Utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e Atuariais;
2. Demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
3. Elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais;
4. Aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
5. Desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão;
6. Exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de contas de sua gestão perante a sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania;
7. Desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais com a tecnologia da informação;
8. Exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são prescritas através da legislação especifica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos organizacionais.
Finalmente, o art. 5º do mesmo regramento examinado, estabelece que “os cursos de graduação em Ciências Contábeis deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que revelem conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, de forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões internacionais de Contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela Organização Mundial do Comércio e pelas peculiaridades das organizações governamentais observados o perfil definido para o formando e que atendam aos requisitos dos diferentes campos da formação acadêmica”.
Consubstanciado pelo exposto nos artigos acima transcritos, é imperioso refletir e concluir se os egressos dos cursos de graduação em Ciências Contábeis de fato estão chegando ao mercado profissional com a capacidade, competências e habilidades estabelecidas pelo regramento educacional brasileiro?
Qual a sua opinião sobre o assunto e o que precisa ser feito pelas IES ou pelo próprio Conselho Regional de Contabilidade para contemplar as qualificações exigidas pela Resolução CNE/CES 10/2004?
Para poder atender o regramento internacional, será preciso desenvolver e executar programas de melhor qualificação profissional, voltados à preparação dos Contabilistas brasileiros, segundo a nova realidade, abrangendo desde a sua formação básica até o aprimoramento das técnicas nas diferentes áreas da ciência.
E como observou o renomado Contador Antoninho Marmo Trevisan: “O fato é que com o advento da Lei 11.638/07, a Ciência Contábil cresce em importância e seus impactos sepultam definitivamente o que chamavam no passado de efeitos meramente contábeis”.
Concluiu o professor Trevisan: “as recentes crises ocorridas no mercado norte-americano deixaram o mundo em choque”. “A cada balanço publicado, tremem as bolsas de valores tanto quanto os governos”.
E, “nunca antes a assinatura de um Contador teve tanta importância e repercussão na história mundial”.
Aproximadamente 400 mil Contabilistas necessitarão voltar para os bancos escolares e incorporar novos conhecimentos. Igualmente, quase 68 mil escritórios individuais e sociedades de contabilidade vão requerer cursos de especialização. Comporta destacar, também, que quase 1000 escolas superiores de Contabilidade no Brasil deverão rever seus projetos pedagógicos e incorporar o novo regramento.
No mundo globalizado não existe mais espaço para amadores e tampouco para egressos dos cursos de Ciências Contábeis que não tenham recebido das IES e dos professores os ensinamentos que possibilitem a capacidade, competências e habilidades impostas por força da globalização.
Portanto, a sua participação, com as críticas e sugestões construtivas, será de grande valia para, em conjunto, construirmos um novo e melhor cenário para os profissionais da Contabilidade no Estado do Paraná.

Fonte: crcpr

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